Por Adilson Motta, 27-04-2012
As fontes diversas de estudos e pesquisas apontam que até meados dos
anos 60 haviam sido feitos reconhecimentos geológicos na região da Serra
dos Carajás, os quais ganharam dimensão empresarial a partir de 1966. A
data convencionada para a descoberta do que seria a maior jazida de
minério do mundo foi 31 de julho de 1967, com o incidente da descoberta
do geólogo Breno, a serviço de uma empresa Americana.
O trabalho
de prospecção mineral na região da Serra dos Carajás começou a ser
desenvolvida em 1966 pela Codim, uma subsidiária da transnacional Union
Carbide. A descoberta de importantes jazidas de manganês motivou uma
outra transnacional do setor, a United States Steel, a nº 1 do setor,
através de uma subsidiária, a Companhia Meridional de Mineração - a
iniciar um amplo programa de pesquisas na região. O resultado foi a
descoberta de um imenso potencial mineral que inclui a maior
concentração de minério de ferro de alto teor do mundo, além de
importantes reservas de alumínio, cobre, manganês, ouro, níquel e
estanho.
A United States Steel, dessa forma, se apossaria da
melhor jazida de minério de ferro que se conhece, com 18 bilhões de
toneladas suscetíveis de extração a céu aberto (o suficiente para 400
anos de exploração intensiva).
Afirma-se também em fontes
diversas, que durante três anos, as multinacionais mandaram em Carajás.
No final da década de 60, os militares passaram a pressionar fortemente
até que a US Steel aceitou se associar à CVRD. Em 1970 foi criada a
Amazônia Mineração S.A. (Amza), fruto de uma aliança entre capitais
estatais e transnacionais com vista à exploração e exportação de ferro
de Carajás.
Ao longo de sete anos US Steel e CVRD tentaram
acomodar interesses conflitantes até a retirada da multinacional, em
1977. A ex-estatal Companhia Vale do Rio Doce controlava 50,9% das ações
da empresa; a Companhia Meridional de Mineração detinha os 49,1%
restante. O negócio foi desfeito sete anos depois: os baixos preços no
mercado internacional desestimularam a United Steel a participar do
programa de investimentos necessários a exportação de ferro. Nos oito
anos seguintes, até a partida do primeiro trem, cobrindo os 870
quilômetros entre a mina no coração amazônico, e o porto da Ponta
Madeira, ao lado de São Luís, a capital do Maranhão, a Vale suou suor,
sangue e dólares para viabilizar Carajás – com sua grande
infraestrutura.
Os relatos são de que em onze de julho de 1967, um
helicóptero sobrevoava a região central do Pará, coberta pela densa
floresta, procurando jazidas de manganês. De repente, a neblina tapa a
visão. O piloto desce aflito na primeira clareira que aparece. O
recém-formado geólogo Breno dos Santos, funcionário da mineradora
americana US Steel, que também estava no aparelho, só ouviu um grito:
"Breno, isso aqui tá muito sujo! Olha o rabo do aparelho! Avisa se está
perto das árvores que eu cuido da frente!"
O pouso foi
de emergência. E deu certo. Só que a clareira não era uma qualquer. O
queixo de Breno quase caiu: a vegetação estranha e rala, quase inexistente, indicava claramente, que ali estava uma "canga¹"
área com grande concentração de ferro perto da superfície. O ferro
"estraga" o solo e impede as árvores de crescerem. Imediatamente, o
geólogo lembrou-se que havia avistado do helicóptero, outras clareiras
na região. Era uma concentração absolutamente incomum. Breno tinha
acabado de descobrir, nada mais nada menos do que a mais rica reserva de
minério de ferro do mundo. Mas elas se confirmaram, e não se tratava
apenas de minério de ferro: prospecções posteriores indicaram a
existência, num raio de apenas 60 quilômetros, junto às 18 bilhões de
toneladas de ferro de alto teor, também de 40 milhões de toneladas de
bauxita, um bilhão de toneladas de minério de cobre, contendo 10 milhões
de toneladas de cobre metálico, além de ouro, 100 milhões de toneladas
de minério de manganês, 47 milhões de toneladas de níquel e 35 mil
toneladas de cassiterita.
A revelação deste considerável
potencial mineral motivou a criação do Programa Grande Carajás pelo
Governo Federal, em 1980, como lembra Breno, com o objetivo de "promover
a exploração dos recursos do subsolo em integração com empreendimentos
florestais, agropecuários e industriais". Mais tarde, no que depois veio
a ser conhecida como a província Mineral de Carajás, foi encontrado
ouro, prata, manganês, cobre, bauxita, zinco, níquel, cromo, estanho e
tungstênio. Enfim, um verdadeiro Eldorado.
Uma densa vegetação sobre Carajás, menos onde existe ferro.
O tesouro de Carajás não é feito só de ouro. Mas a Vale não tem
estimativa segura de quanto alumínio, estanho, zinco e cromo existem lá
dentro. Para fazer o cálculo, é preciso investir muito em prospecção. Já
foram detectados 104 pontos promissores, onde as pesquisas preliminares
mostraram que existe metal.
Outras fontes informam que a
empresa Americana Cia Meriodional de Mineração, subsidiária da US STELL,
empresa que fez a descoberta de Carajás, já sabiam que havia ferro por
lá.
E que o geólogo Brasileiro Breno tenha sido apenas uma forma
de oficializar a descoberta e garantir o "autêntico" direito de
exploração. Pois, devido ao esgotamento das reservas de minério de
manganês de alto teor dos Estados Unidos, essa poderosa transnacional
vinha pesquisando o subsolo amazônico, desde o início dos anos 1960, à
procura de minério de manganês. Posteriormente, levantamentos realizados
no local comprovaram a existência de outros minérios.
Segunda Hipótese:
Um
fato contraditório surge nos relatos de Hilmar Harry Kluck Sertanista e
Indigenista (2011), que em 1960, prestou serviços ao Município de
Marabá como Topógrafo, onde foi contratado para percorrer o Rio Branco
(Rio Parauapebas) para a pesquisa de viabilidade da construção de uma
micro hidrelétrica. O relatório final da expedição fazia menção à
ocorrência de minério de ferro e manganês. Essas amostras foram
encaminhadas ao Governo do Estado do Pará, o qual nunca se soube qual
seu paradeiro. Kluck afirma que vivera por longos anos, desde 1952 numa
íntima vivência e acompanhando os indígenas. Pois o mesmo foi
responsável pelo contato e pacificação com índios de cinco tribos
arredias: Assurini, Xikrin, Gavião, Suruí e Arara, que habitavam nas
regiões dos rios Araguaia, Tocantins, Xingu e Tapajós. Sua afinidade era
tão grande com os Índios Xikrins que participou e auxiliou na grande
caminhada dos Xikrins até Parauapebas, onde fixaram a Aldeia até os
tempos atuais.
Como Hilmar Kluck já possuía um reconhecimento
como Indigenista e Sertanista, em 1966, foi contratado pela empresa
Norte Americana Union Carbide, por meio de sua subsidiária no Brasil a
CODIM, para dar orientação na floresta, prestou serviços para a
Meridional, empresa de pesquisas geológicas responsável pela localização
da Província Mineral de Carajás. Desta forma, Kluck afirma que, na
verdade, a descoberta do grande tesouro Carajás não ter sido de
"americanos" e sim de brasileiros.
A terceira hipótese:
Durante
a ditadura militar, entre os anos 1960 a 1970, o território brasileiro
foi inspecionado pela "Nações Unidas" para se conhecer as áreas com
maior concentração de urânio.
25% do território foi prospectado,
colocando o Brasil na 6ª posição mundial deste minério. Foram
identificados 8 reservas de urânio, a maioria fora da Amazônia.
Será
que não vazou informação para o que no futuro se tornou a "descoberta"
da reserva de Carajás pela United States Steel, multinacional americana?
E que, além de urânio, estrategicamente sondaram e "mapearam"
estrategicamente outros tipos de minérios existentes?
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