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sábado, 4 de janeiro de 2014

A LITERATURA INFANTI L NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO



Na sociedade atual, a leitura e a escrita assumem papéis de suma importância, permitindo que os sujeitos que as dominam se constituam como membros de uma sociedade, ativos, cidadãos e com direitos. É nessa perspectiva que defendemos a necessidade de a Escola pública assumir o compromisso de
proporcionar vivências cotidianas do uso da leitura e da escrita desde o início do processo de alfabetização, visando à formação significativa de seus alunos.
Abordaremos, neste trabalho, a relação entre a literatura infantil e o processo de alfabetização. Discutiremos de que forma essa literatura pode contribuir para a criação de situações contextualizadas de linguagem, ao relatarmos a aplicação de atividades que abordam a aquisição das capacidades de leitura e escrita. Para tanto, utilizamos observações em salas de aula, das quais participamos efetivamente, realizando uma pesquisa colaborativa (dados na seção seguinte).
Desse modo, a experiência teve como objetivo verificar as possibilidades de se conceber a alfabetização numa perspectiva mais interacionista e não mecânica. Além disso, visávamos promover momentos prazerosos de leituras, fazendo com que os educandos despertassem para o mundo letrado e começassem a desenvolver o prazer pela leitura.

Descrição da experiência

O trabalho com alfabetização baseado nos livros de literatura infantil tinha como objetivo:
i) verificar a relevância do uso da literatura infantil no  desenvolvimento de aquisição da escrita dos sujeitos envolvidos na pesquisa;
 ii) discutir a questão da alfabetização na perspectiva do letramento; e
iii) analisar se o trabalho realizado despertaria o prazer da leitura. Diante desses objetivos, elaborávamos atividades com base nos livros de literatura infantil, as quais posteriormente foram aplicadas nas turmas em que o projeto era desenvolvido. As atividades foram organizadas com o objetivo de proporcionar aos alunos, por um lado, a aquisição da tecnologia da escrita e, por outro, incentivar. a vivência da leitura literária em seus suportes autênticos, ou seja, os livros, e não adaptações. A seleção dos livros de literatura infantil não é uma tarefa simples, pois há
uma diversidade imensa de publicações disponíveis. Entretanto, para a elaboração das atividades, era necessário encontrar alguns que julgássemos mais adequados aos objetivos propostos. No planejamento das intervenções, escolhíamos, geralmente, dois ou mais livros para serem levados para sala de aula: um com uma história um pouco mais extensa, o que seria lido e discutido (leitura deleite), e outro com narrativa mais curta, que serviria de suporte para as atividades. No decorrer
do projeto, vários foram os livros trabalhados. Para exemplificar esse trabalho, detalharemos o desenvolvimento de dois planos de aula desenvolvidos:


Troca-troca:

O plano de intervenção tem como base o livro de literatura infantil “Troca -Troca”
-
Ana Maria Machado e Claudius, da coleção Mico Maneco. Este plano constituiu-se de duas aulas, que descreveremos a seguir.
Na primeira aula, foram abordadas as seguintes capacidades (BRASIL, 2007):
Inicialmente, realizamos, junto aos alunos, levantamentos e inferências sobre as ilustrações, título e imagens da capa do livro, como, por exemplo “Quem são esses personagens?” ; “São amigos?” ; “O que será que vai acontecer com eles?”, dentre outros. Nesse momento, os alunos ficaram instigados a descobrir o que poderá acontecer na história. Em seguida, fizemos a leitura do livro para os alunos ouvirem. Eles gostaram da história e, juntos de nós, verificaram quais das hipóteses elencadas foram confirmadas. Posteriormente, trabalhamos com um cartaz que continha quatro palavras geradoras: BICICLETA, VESTIDO, BODE, CAMINHÃO. A organização do cartaz se dava da seguinte forma: na parte superior da cartolina, era apresentado o nome do livro, do autor e do ilustrador. Em seguida, eram coladas as imagens das palavras geradoras selecionadas. Logo após, foi proposto para a turma que montassem as palavras correspondentes com letras móveis. Foi solicitado que cada aluno, individualmente, identificasse, diante das letras expostas, qual seria aquela correspondente à escrita de tal palavra; essa escolha foi discutida com toda turma. Depois da montagem do cartaz, foram distribuídas, para cada aluno, as letras da palavra “BICICLETA”, embaralhadas e presas em um pregador.
Compreender a categorização gráfica e funcional das letras.
·Dominar as relações entre grafemas e fonemas.
·Compreender a natureza alfabética do sistema de escrita.
·Levantar e confirmar hipóteses relativas ao conteúdo do texto que está sendo lido.
·Participar das interações cotidianas em sala de aula, escutando com atenção e compreensão, respondendo às questões propostas pelo (a) professor(a) e expondo opiniões nos debates com os colegas e com o(a) professor(a).
·Realizar com pertinência tarefas cujo desenvolvimento dependa de escuta atenta e compreensão.
·Conhecer os usos da escrita na cultura escolar.