Por Adilson Motta, 2013Antes de entrarmos no cerne do
assunto, vejamos dois conceitos que se entrelaçam nesta abordagem:
Cultura e Cultura Popular. Para o senso comum, cultura possui um
sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de
diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos
os jargões "O povo não tem cultura", "O povo não sabe o que é boa
música", "O povo não tem educação", etc.? De fato, esta é uma concepção
arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo
"cultura".
Não podemos dizer que um índio que não tem contato com
livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde
ficam seus costumes, tradições, sua língua?
O conceito de cultura
é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como
a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo,
ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos
aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.
Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um
indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de
um contexto social, seja ele qual for – onde se processa as relações
culturais via sociais. Desta forma, fica claro que cultura é tudo aquilo
que o homem produz e dá sentido à sua existência, seja de maneira
material ou no campo das ideias. Essas produções se dão em diferentes
campos de experiências, como nas artes, na língua e nas crenças. Tais
experiências resultam no modo que uma comunidade cria suas vestimentas,
como compõe e dança suas músicas, como se expressa por meio de gravuras,
como cozinha, cuida de suas doenças, organiza suas leis e seus valores.
Dentro dessa dimensão a cultura popular relaciona-se a tipicidade in
loco de uma determinada cultura dentro dos padrões pragmáticos na
vivência de um povo, de uma sociedade, de uma comunidade – que podem ser
empreendidas ou fomentadas nas ações de políticas públicas. Como
exemplo, vale citar: Bumba-boi, festas juninas, tradições religiosas,
pinturas, comidas típicas, festas e ou festivais, danças, capoeira, etc.
A cultura, além de ser um identificador das características de
um povo – como este vive e o que/como faz – quando adotada na
institucionalidade das secretarias (seja de cultura ou na de juventude
quando existe), protege nossos jovens do ócio dos riscos do cotidiano
(tanto daqueles que diretamente praticam, quanto dos que indiretamente
são consumidores passivos ou meros telespectadores).
E por outro,
ao resgatar do ócio sob o risco de envolvimento com caminhos oblíquos
que o cercam nos cenários do cotidiano expondo-os à vulnerabilidade da
droga, do álcool e da prostituição. Cultura não é um ato de alienação
como alguém "indeliberadamente" ou na ignorância possa crer, ou um ato
banal e vulgar para meramente "entreter". Ela apresenta, desta forma,
uma dimensão socioeducativa e preventiva.
REFERÊNCIAS
http://www.alunosonline.com.br/filosofia/o-que-e-cultura.html. O que é cultura?
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