Por Adilson Motta, 12/2011
Sendo uma comunidade afastada do centro dinâmico urbano, sem posto
policial, nem aparato que garanta segurança ou qualidade de vida, e
lazer promovida por ação de política pública à população, o que resta
são bares que se espalham pela comunidade e se tornam o centro de
diversão de jovens e adultos. Nem sequer uma praça existe para que a
juventude se encontre, o que significa que estes jovens tem poucas
alternativas em horário noturno, ficando "ao dispor" do circunstancial
do que se oferece na comunidade. Para alguns, esta lacuna contribui para
o álcool, droga e desarmonização social do indivíduo. A escola, às
vezes,quando promove projetos socioeducativos e que envolve a
comunidade, se torna um dos principais meios de diversão e
entretenimento na comunidade.
No entanto, é nos finais de semana
onde mora o perigo e risco, pois não são dias letivos, e estes jovens,
na ociosidade, ficam a mercê do que a comunidade oferece.
Como
a 7 km de Vila Sanção existem três grandes alojamentos de empresas que
terceirizam serviços a empresa Vale, (no Projeto Salobo), que abrigam
cerca de 7.000 homens, muitos desses, no período noturno e finais de
semana, descem a Vila Sanção a procura de diversão e lazer, que
geralmente gira em torno do álcool. Nos alojamentos das empresas não
podem morar casais, e, muitos destes, são casados ou solteiros, que
deixam esposas e famílias distantes para ganhar a vida. A maioria
desses homens passa entre 15 a um mês na "lei-seca", sem mulher –
como diz o popular. Frente a isto, muitos acreditam queas
consequências é o florescimento da prostituição, o que já a muito
tempo acontece. Apesar de tudo, a quase dois anos, foi construído um
posto policial, e que até agora, nunca funcionou.
Frente à
situação, em julho de 2010, representante da mineradora Vale reuniu-se
com a comunidade de Vila Sanção para anunciar que a empresa, para
resolver o problema, iria retirar todos os funcionários das empresas da
comunidade. Como a economia da comunidade está aquecida em função da
vinda e presença desses funcionários, a reação foi negativa. Para
alguns moradores da localidade, a saída seria: não só aparelhar o posto
policial (pondo em funcionamento), mas também trazer a presença mais
ativa do conselho tutelar na comunidade, o município construir praça e
área de lazer e entretenimento. E as empresas, aos seus funcionários,
ministrarem palestras sobre ética e postura nessas comunidades.
A
União Geral dos Trabalhadores (UGT) assinou em novembro de 2008 um
Protocolo de Intenções com a Companhia Vale do Rio Doce, Fundação Vale
do Rio Doce e Instituto Bovespa com objetivo de enfrentar a exploração
sexual de crianças e adolescentes. O projeto trata-se das comunidades
entorno como Vila Paulo Fonteles (400 habitantes) e Vila Sanção (1.300
habitantes).
Devido o grande crescimento
populacional que apresenta a comunidade em função do maior projeto de
cobre do Brasil (Salobo) e o segundo das Américas, e a ausência de uma
política que possibilite esse crescimento com distribuição equilitária
de terras à sua emergente população que só cresce, centenas de pessoas
(entre migrantes e residentes por longos anos) resolveram invadir áreas
pertencentes ao senhor Odilon Rocha de Sanção. O qual, em reunião com
os "invasores" deixou claro e definido que até o dia 4 de outubro daria
uma solução ao episódio.
Povoados Vila Sanção e Vilinha, ou Vila
Seca no município de Parauapebas. Locais que servirão de cenário aos
grandes projetos estão sofrendo profundas transformações, necessitando
de cuidados urbanísticos especiais, em curto espaço de tempo.
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