Adilson Motta 08/04/2010
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É inegável, quando estudamos a evolução epistemológica dos conceitos
e nestes, o entendimento sistêmico de como se processou e se ajustou o
conhecimento humano aos estágios em que se encontra e percebermos que
a construção do conhecimento não se deu de forma isolada, e sim de
retomadas de geração a geração ao longo dos séculos de "ombros em
ombros", como disse Isaac Newton. Conclui-se também que a humanidade
vive em constantes mudanças, principalmente a partir do momento em que o
homem se apropria do conhecimento científico, o que lhe propicia
construir conhecimento e mais ainda na era da internet.
Nos primórdios, sem a gama de conhecimento que hoje possuímos, o homem
se encontrava enclausurado na caverna da ignorância, costumes e
tradições. As circunstâncias e necessidades o arrebataram a percepção e
procura do conhecimento, do novo. E lá fora, vislumbrou-se o brilho
das coisas e do mundo que ia bem além das paredes que a cercava.
Descobriu-se que o mundo não era uma redoma nem um poço cujas águas não
fluem nem afluem. Este mundo era um rio a fluir, em contínuo
movimento e que, por séculos estivera preso aos rudimentos das trevas
(da ignorância desejável ideologicamente) por aqueles que seguravam o
candelabro – que brilhava com as cores do vil metal pelo reino da
terra, o qual mantiveram a escuridão sobre os séculos de gerações por
razões ideológicas, temendo perder o cajado e o poder de dominação e
usufruição sobre aqueles que temiam o inferno? No fundo do espírito
humano, uma centelha clamava pela libertação cuja chave era o
conhecimento e esclarecimento dos povos.
Descobriu-se que a caverna vedava e obscurecia os "olhos" e o espírito
daqueles que lá viviam. A caverna, que eclipsava o horizonte e freava a
ciência, o progresso e retardava a libertação de muitos que não
vislumbravam a luz do sol que vinha das "frestas" da verdade que
brilhou na razão iluminista e no renascer das ideias luminosas
"enterradas" durantes séculos por aqueles que se diziam pregadores e
detentores da "luz".
Sendo assim, a condição para o progresso e a libertação era sair da caverna, e assim foi.
Até hoje perdura a lição de que, inclusão social e cidadania dependem
de um fator: tirar o homem da caverna de suas limitações, que depende
dos governos e do próprio homem.
A caverna já existia
antes mesmo que Platão dela falasse. ... a caverna na verdade não era
uma caverna, era metaforicamente a caverna da condição humana em sua
situação existencial imerso na ignorância e falsas crenças que o
aprisionava de suas realizações, conquistas e liberdade.
Foi por mostrar que além da caverna existia um novo mundo e o sol da
liberdade a brilhar progresso e mudanças, que muitos, conquistando para
todos, perderam a própria vida. Assim foi Jesus, assim foi Gandhi,
assim foi o Alferes (Tiradentes) e muitos outros. Desta forma, as
conquistas da liberdade, o progresso e a mudança foram adquiridos a
custo de sangue e fogo ao longo dos séculos. Em outras palavras, foi a
certeza do ombro de todos que nos trouxe até aqui com nossos engenhos.
Ao longo dos séculos, após sistematizar e compreender os sistemas
que regem a sociedade, e, epistemologias que definem os conceitos da
mesma, tornou-se possível a criação de leis, costumes e regras no
sentido de defini-la e organizá-la.
Diante dos
acontecimentos sociais e percebendo a necessidade de uma ciência que
definisse a sociedade, Durkein determina que o objeto de estudo da
sociologia são os fatos sociais. E o surgimento da mesma se deu a
partir do surgimento do capitalismo.
Para o mesmo
autor (wilkipédia, 2010), é a sociedade, como coletividade, que
organiza, condiciona e controla as ações individuais. O indivíduo
aprende a seguir normas e regras impostas pela sociedade (as leis,
costumes, etc. que são passados de geração em geração. ... e não tem o
direito de modificá-las.
Já para Weber, a
sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social. Por
isso, considerava o indivíduo e suas ações como ponto chave da
investigação evidenciando o que para ele era o ponto de partida para a
sociologia. Ele considera a Sociologia como uma ciência da conduta
humana, na medida em que essa conduta é social.
O
século XVIII, no entanto, foi marcado por transformações, fazendo o
homem analisar a sociedade, um novo "objeto" de estudo. Essa situação
foi gerada pelas revoluções industrial e francesa, que mudaram
completamente o curso que a sociedade estava tomando na época. A
revolução industrial, por exemplo, representou a consolidação do
capitalismo.
Foi dentro desse contexto que
surgiu a sociologia, ciência que, mesmo antes de ser considerada como
tal, estimulou a reflexão da sociedade moderna colocando como "objeto de
estudo" a própria sociedade, tendo como principais articuladores
Augusto Conte e Émile Durkheim.
Entendida e
organizada, Weber delineia a famosa descrição da burocratização como uma
mudança da organização baseada em valores e ação (a chamada autoridade
tradicional) para uma organização orientada para os objetivos e ação
(chamada legal-racional).
Émile Durkheim é amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social.
O mesmo "parte da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados
como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico
aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo
tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa
que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes
mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da
sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde
que consiga integrar-se a essa estrutura. Para que reine certo
consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma
solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia
segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a
tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, uma sociedade
moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que
participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da
solidariedade orgânica).
Dentro dessa sociedade
politicamente organizada, criou-se uma "incrosta" de políticos
tradicionais - que ao modos do que concebe Maquiavel, seria uma
espécie de "principado hereditário" moderno, é o que presenciamos na
atualidade de famílias que se perpetuam no poder.
Conclusão
A dialética de Karl Marx aponta que o eixo das transformações
históricas são alimentadas ou produzidas a partir da dinâmica das
contradições que permeiam os acontecimentos sociais e leva a seus
opostos e mudanças. Já outros autores apontam que as ações próprias do
homem – passadas, presentes ou futuras - se lhe aparecem sob o manto da
necessidade e que o indivíduo pode ser uma grande força social de
transformação. Principalmente numa sociedade onde exista pessoas
informadas de direitos e deveres, enfim dotadas de espírito crítico. É
nesse sentido que é válida a afirmação de que as particularidades das
personalidades determinam o aspecto individual dos acontecimentos
históricos. É dessa forma que o indivíduo vai cumprir o seu papel na
história – enquanto conhecedor e participante no processo (Plekhanov,
2002, p.110 a 118 e 152).
Na atualidade, a política, é o
instrumento central onde se desenvolve todo cenário de acontecimentos
que se constitui o fazer histórico. Segundo Creusa Capalbo (apud SANTOS,
2000, p.98), "a conscientização utilizará uma pedagogia que
proporcionará ao homem condições para descobrir-se, conquistar-se,
formar-se como sujeitos de sua própria história". Em consonância com o
que foi afirmado, veja o que diz Marilena Chauí (1980, p. 114): "
Enquanto não houver um conhecimento da história real, enquanto a teoria
não mostrar o significado da prática imediata dos homens, enquanto a
experiência comum de vida for mantida sem crítica e sem pensamento, a
ideologia de dominação se manterá."
Para Comte, "as
ideias conduzem e transformam o mundo e é a evolução da inteligência
humana que comanda o desenrolar da história".
PLATÃO. O mito da caverna. Vilkipédia, 04/2010; CHAPLES, Charles. Tempos modernos. Internet, 04/2010; COMTE, Augusto. Positivismo. 04/2010; DURKEIN, Émile.
Socialismo científico. 04/2010; MACHIAVELLI, Nicoló. O príncipe. Livro extraído da Internet, 04/2010.
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