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domingo, 13 de outubro de 2013

Poema: O Preço do ouro

Por Adilson Motta, 2012
Para o pobre abandonado à ambição
Sadia de sobreviver, o pouco é um milhão
Para o rico afortunado preocupado em acumular
É apenas  a opulência de ter,  viver e usufruir.
Para aqueles que beiram a última estação
É o fio de esperança, frente à desesperança.
É o sonho do último bamburro
Dos remanescentes que subiram na "adeus mamãe"*.
O preço do ouro se esconde no canto ideológico do pássaro plumoso
Que prometia esperança
E trouxe desilusão
Para a multidão de sonhadores...
O preço do ouro é o abandono  daqueles que até hoje Lá em vários recantos  estão 
Minguando e minguados no pêndulo do tempo
E enganados por outros que traz solução.
É a venda do mais precioso bem, a honra, que Lá grassa
Enfim, é o retrato da forma sub humana, da existência...
O preço do ouro reside
Na angústia e esperança daqueles que longe ficaram
Torcendo, esperando, orando
O preço do ouro, esperança ou desilusão?
É  o espelhar da consciência daqueles que nos comandam
Que de nós tiram proveito
Para manter o cajado
... e ao longo do tempo  esquecem...
E nos "belos dias" relembram.
O preço do ouro, enfim, é a infâmia do nosso abandono
Mostrada ao mundo...
É o consumo de minha existência
E a esperança  frustrada que perdura...
                                                                     Por Adilson Motta, 04/2009
*"adeus mamãe" : escada usada nos barrancos altos de Serra Pelada. Cair dela era risco de vida.

Ferro

Que alimenta o mundo,
Que alimenta  as indústrias,
Que alimenta países de  primeiro mundo onde não há
E não alimenta cá.
Que alimenta emprego e subemprego,
Que alimenta vida farta e futuro seguro de meia dúzia com suas ações "online",
Que alimenta o progresso social desigual;
Que alimenta a perspectiva de um grande país contra o "grande capital",
Que alimenta a sorte de hoje
E a incerteza do amanhã, quando Lá acabar.
Que alimenta a agressão ao meio
sem medidas a demarcar.
Que alimenta sonhos frustrados
Por ideologias que deixaram de ser,
Pelas mazelas do país,
De grupos que chegaram ao poder.
Que alimenta milhões de sonhadores
Que continuam a sonhar...
Que alimentou a saída
Ou o fundo do poço?
                           Como alimenta aqueles que
                           Venderam os bens da nação
                           Riquezas de quatro séculos e
                           Desenvolvimento em vão.      
Adilson Motta 09/2007

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