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Por Adilson Motta,08/2011
De acordo com o
relatório Social Watch 2005, a globalização melhorou as condições para o
comércio, mas não para os trabalhadores. Como resultado, enquanto se
cria riqueza, a maioria das pessoas pelo mundo afora não a partilham,
salienta o relatório.
A globalização melhorou as
condições para o comércio, mas não para os trabalhadores. A mesma,
segundo Xavier&Abreu (1999), é incentivada pelo avanço das
tecnologias de comunicação e transporte e pela rápida liberalização e
desregulamentação do comércio e do fluxo de capitais. Para os referidos
autores, a globalização se refere a forças anônimas, que atuam de
maneira nebulosa, provocando uma "desordem mundial". Isto se constata
nos alarmantes dados presentes no último informe da ONU sobre o
Desenvolvimento onde se lê que "a riqueza dos 358 maiores bilionários
globais equivale à renda somada de 45% da população mundial".
Desde seu início, o processo de expansão da globalização tem gerado
miséria para uns e riqueza para outros: os países ricos, por meio de
suas empresas transnacionais, exploram a mão de obra barata e a
matéria-prima dos países periféricos, produzindo uma desigualdade que
matém milhões de pessoas na miséria, enquanto minoria usufruem de quase
todo o lucro. As instituições multilaterais de crédito, como o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird), também são
grandes transferidores de riquezas da periferia (países pobres) para o
centro (países ricos).
"O capital pode mover-se mais depressa do
que há dois séculos atrás, mas os trabalhadores não. Eles são forçados a
competir numa corrida pelas piores condições, enquanto os governos,
desesperados por investimentos, competem para oferecer mais concessões e
benefícios fiscais. Regras desiguais geram resultados desiguais.",
assinalou Roberto Bissio. (Segundo o que também afirma Adan Smith – em
Riquezas das Nações).
O neoliberalismo compartilha o
mesmo conjunto de princípios que norteiam o capitalismo. As leis do
livre mercado derivadas do liberalismo econômico de linhagem
neoliberal que representam a ausência de controle estatal, o que
permite aos capitalistas o acúmulo de enorme quantidade de riqueza e
lucros ilimitados.
Governos privatizaram e privatizam
porque o FMI assim "determinou" nas sutilezas da política neoliberal do
governo americano - quando acha conveniente seus interesses e do G8 –
respaldado no modelo capitalista que se fundamenta com o neoliberalismo
do estado mínimo.
Uma outra mentira imposta ao Brasil
como verdade, conforme Bierremback, é de que "estamos inseridos no mundo
globalizado". Para começar, globalizado o planeta não está, mas apenas
sua parte abastada. Os demais são englobados e incluídos nos efeitos
dessa globalização que absorve sem incluir. O fosso entre ricos e pobres
aumenta a cada dia, bastando lançar os olhos sobre a África, boa parte
da Ásia e a América Latina (nas periferias e contrastes dos centros
urbanos). (Talis Andrade&Motta).
A globalização
tenta nos apresentar e crer em uma expansão social de igualdade e
harmonia no comércio internacional, mas o que se vem verificando é que
ela aprofunda as diferenças sociais, faz crescer o desemprego e outros
mais. Um outro ponto desta fábula é nos fazer crer que esta permite
benefícios trazido pela diminuição das distâncias entre os países e que
isto seria de suma importância para todos, mas o que se observa de fato é
que esta vantagem só favorecem aqueles que necessitam viajar grandes
distância para garantir o funcionamento da máquina capitalista.
Sustenta uma utopia de mercado perfeito, acelerado pelos avanços da
tecnologia da informação. Este programa neoliberal retira seus poderes
daqueles que lhe sustentam e os quais ele representa efetivamente, são
eles interesses de acionistas, industriários, operadores financeiros e
políticos e tendem a separar a economia da realidade social, uma vez que
a lógica é acirrar a competição no mercado, enquanto a realidade da
lógica social é a justiça e a busca por igualdade social.
O neoliberalismo que surge na mesma mescla de acontecimentos, não
garante equânimes condições objetivas para o exercício da liberdade de
todos os indivíduos nas sociedades em que se implanta, sendo um projeto
político excludente que favorece a realização ampla da liberdade da
minoria de uma dada sociedade em detrimento do exercício objetivo da
liberdade da maioria. (Por Euclides André Mance IFiL - Curitiba, PR ).
O primeiro filósofo moderno a refletir profundamente sobre as condições
subjetivas para o exercício da liberdade foi Immanuel Kant (1724-1804).
Humanamente livre é, para Kant, aquele homem que realiza sua própria
autonomia, seguindo os ditames da sua própria razão esclarecida.
Georg W. F. Hegel (1770-1831) desdobrará a análise sobre as condições
objetivas para o exercício da liberdade, ou, para que a idéia de
liberdade possa efetivar-se objetivamente, o que somente ocorre na
mediação do Estado.
Para Karl Marx (1818-1883) a
realização da liberdade supõe condições objetivas não apenas políticas
mas também econômicas. A liberdade exige propriedades materiais para o
seu exercício, que lhe são, também, condições reais de possibilidade
para viver e usufruir dessa liberdade. Embora o Estado pareça assegurar a
liberdade de todos com a formal igualdade jurídica, na verdade assegura
apenas a liberdade dos que tem propriedades materiais para exercê-la,
na própria extensão possibilitada por tais posses.
Na avaliação de
Gutierrez, a globalização e a economia neoliberal agravaram as
condições da população mais pobre; para o mesmo,governos de esquerda
provocaram desilusão.
Na entrevista (ao estadão.com.br, em 8/09/2008), quando ministra, Dilma Rousseff afirmou que:
"Essa
história de neoliberalismo valia para nós, somente para nós. Vocês
(jornalistas) estão descobrindo um pouco tarde" - no sentido de
denunciar o leite já derramado, e o patrimônio da nação entregue na
onda neoliberal do "privatizar" onde lobistas e traidores da pátria
faturaram alto e ficaram impunes.
Afinal, o neoliberalismo foi
uma estratégia recomendada pelo chamado Consenso de Washington que,
segundo então diziam seus seguidores, aceleraria o crescimento econômico
nos países que o adotassem.
Afirma-se que, "...a aplicação de
muitas medidas neoliberais fez com que as desigualdades entre ricos e
pobres se tornassem mais profundas em muitos países da América Latina".
Este é um tema constante nas reuniões dos bispos do continente. O cerne
da política neoliberal, numa perspectiva de "estado mínimo" através de
ação privatizante de empresas estatais – equivale tirar dessas empresas
as riquezas e seu usufruto de toda uma nação e colocá-las em poder de
grupos corporativos, e por trás destes, "grandes figuras políticas"
(pessoas físicas) que se escondem nas jurídicas. Cuja finalidade, entre
outras, éa consolidação do sistema capitalista e o enriquecimento de
políticos entreguistas, pois esses bens são colocados em poder do setor
privado, tornando remota a possibilidade de um sistema socialista, tal
fato é como uma faca de dois gumes, contribuindo também, para a
concentração de renda e subdesenvolvimento. Exemplo: Vale do Rio Doce,
Telebrás e outras estatais – em cujas tentativas de CPIs, diante de
evidências de fraudes, viraram pizza.
Sanders
observou que as políticas neoliberais do FMI desenvolvidas nos anos
1980, empurrando os países em direção ao livre comércio sem restrições, à
privatização e ao corte abrupto das redes de segurança social foi um
desastre para a América Latina e contribuiu para o crescimento da
pobreza em todo o mundo. Ao mesmo tempo em que certos países da América
Latina, como o Brasil e a Argentina seguiram essas políticas neoliberais
impostas pelo FMI, de 1980 a 2000, a renda per capita na América Latina
cresceu a somente um décimo da taxa das duas décadas anteriores.
Houve
quem denominasse a Idade Moderna de "Idade dos Mendigos", pois a
ascensão da burguesia também gerou a pobrezae a desclassificação social.
Relações similares ocorre com as privatizações, onde grupos privados
(com reduzido números de indivíduos detentores – correspondentes a
burguesia) possuem e usufruem as altas rendas que iriam suprir toda uma
Nação em seus indicadores de pobreza, desigualdade social e geração de
recursos para promoção de políticas públicas.
LUCRO DAS MAIORES EMPRESAS CORPORATIVISTAS DO MUNDO
OS DEZ MAIORES GRUPOS ECONÖMICOS DO MUNDO (POR FATURAMENTO EM 2008)
Posição Grupo Setor Econômico País/sede Faturamento (Bilhões US$)
1 Wal-Mart Stores Varejo Estados Unidos 378,799
2 Exxon Mobil Estados Unidos 372,824
3 Royal Dutch Grã Bretanha 355,782
Shell Países Baixo
4 BP Grã Bretanha 291,438
5 Toyota Motor Japão 230,201
6 Chevron Estados Unidos 210,783
7 ING Group Países Baixo 201,516
9 General Motors Estados Unidos 182,347
10 ConocoPhillips Energia/Petróleo Estados Unidos 178,558
Fonte
Revista Fortune, 2008
OLIVEIRA, Kanduka, Atualidades e conhecimentos gerais. 2008.
Pesquisas independentes
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