Por Adilson Motta, 2014
Não generalizo o afirmativo aqui exposto, mas
direciono-o alusivamente a um grande contingente onde a carapuça couber. No entanto, neste país de vossas excelências,
as mariposas políticas, sob as quais o povo vive de utopia, pela miséria
controlada, donde o dinheiro público é investido ao bem patrimonial de
políticos; e os jovens se perdem em redes sociais falando de coisas fúteis. Usarei comparativos para gerar entendimento
do teor do que pretendo afirmar, como instrumento de convencimento.
Muitos eleitores, se fazendo de vítimas (não todos)
comungam com aquilo que condenam, e que sabem que é ilegal e incoerente com os
verdadeiros princípios da cidadania, espinha dorsal da democracia.
E, o que se verifica é o fato de que, após cada eleição, renova as
eleições, safados, mentirosos e outros
adjetivos que não se permitem publicar neste textículo, soam nos discursos
formais e informais dos defensores do povo.
Dificilmente político tem o voto dos amigos (dizem),
daqueles que de fato conhecem seus problemas reais. E isto se ilustra na
seguinte comparação:
Mulher não namora amigo sob a seguinte alegação:
- “O que é isto, fulano, a gente é amigo há muito
tempo, não vamos estragar nossa amizade!”
O que ela procura é um desconhecido que fale um
monte de coisas agradáveis, que lhe faça inúmeros elogios, mesmo que o espelho
os desminta, que lhe faça um monte de promessas, mesmo que ela saiba que jamais
serão cumpridas.
Com o eleitor, acontece a mesma coisa. Nunca conte
com o voto dos amigos (dizem); eles dificilmente votarão em você. Assim, o
eleitor obriga o político a se vestir de Dom Juan e partir para novas
conquistas, já que os que o conhecem raramente votarão nele, mesmo que aparente
ser um diferencial de propósitos nobres.
O eleitor,
assim como as mulheres, busca aparência e possibilidade de ganho individual.
Esquecendo a coletividade, mergulha em seus próprios benefícios pessoais.
Sendo assim, curioso questionamento cai à vista de
todos: - “O povo corrompe os políticos,
ou os políticos corrompe o povo?” Acho que ambas as partes se corrompem!
Especialmente em período eleitoral, muitas
prefeituras se tornam um cabide de empregos como pagamento de votos. Verifiquei
na última eleição quão poucos foram os eleitores e cidadãos que perguntaram aos
pretensos candidatos – acerca de seus planos e projetos para a cidade e seu
bairro. A maioria das perguntas era: O que o senhor tem para mim dar? Tenho tantos
votos em casa. Me ajude $$$ que eu te ajudo! Que vergonha, não só os políticos,
mais o povo tem culpa. A maioria roubou nos sanguessugas, mensalão, etc porque
sabia que nas eleições teria que oferecer vantagens financeiras pelo voto. Alguém
pode dizer: Mas é a situação do povo, que é necessitado. Acima de tudo tem que
estar os valores, morais, dignidade,
caráter. O que nem sempre acontece.
Na visão de muitos, político precisa ter carrão,
ostentar poder e de que não precisa do dinheiro público e, em períodos
eleitorais, só neste período, se fantasiar de herói de quadrinhos e deixar de
lado a personalidade humana. O eleitor sabe o que é possível e impossível nas
inúmeras promessas feitas em palanques, panfletos ou programas de TV. Mas, assim
como a sonhadora mulher, conquistada, contraria qualquer alegação que conteste
o que o candidato prometeu, alegando ainda ser “intrigas da oposição”, para
disfarçar o que é evidente.
A mãe:
“Minha
filha, este cara não presta.”
A filha: “Mas, é tão gentil comigo!”
Os telejornais: “Esse candidato é corrupto, renunciou para não
ser cassado.”
O eleitor: “É, pode até roubar, mas ele fez muitas
obras!”
É incrível a cara de eleitor arrependido se fazendo
de vítima. E ainda mais incrível o fato de que o eleitor não assista aos
programas eleitorais, acessa a internet apenas para ver o Orkut ou outras
futilidades, e não acessa a vida de certos candidatos para saber em quem de
fato está votando, enfim, se aliena na mídia – onde poderia se encontrar,
enquanto cidadão consciente e pensante.
Sabe por que a boca de urna insiste em se manter
firme e forte, apesar das intensas campanhas de combate a ela e das proibições
e penalidades impostas aos infratores?
É simples: Os candidatos sabem que a ignorância ou instabilidade de propósito dos eleitores, tal como a necessidade imediata daquilo que não se faz nas política pública (pendente ou perdurante) - lhes permite na “boca da urna” conquistar o voto ou fazer mudar de opinião frente ao instável e flexível. Onde se fecha acordos de “curralanças” ou famílias inteiras.
É simples: Os candidatos sabem que a ignorância ou instabilidade de propósito dos eleitores, tal como a necessidade imediata daquilo que não se faz nas política pública (pendente ou perdurante) - lhes permite na “boca da urna” conquistar o voto ou fazer mudar de opinião frente ao instável e flexível. Onde se fecha acordos de “curralanças” ou famílias inteiras.
O que vou contar não é novidade, mas um fato também
incrível é que a maioria dos eleitores
sai para votar e não tem noção de quais são os candidatos que merecem seu voto,
ou simplesmente votam em um por simpatia, por um favor prestado, pelo pedido do
famoso “cabo eleitoral” que embolsa araras e conquista na lábia.
Talvez isto explique por que tantos “santinhos” são jogados nas ruas na madrugada que precede o dia das eleições.
Talvez isto explique por que tantos “santinhos” são jogados nas ruas na madrugada que precede o dia das eleições.
Agora, o que não explica é eleitor se fazer de
vítima depois das eleições querendo convencer de que não sabia que o candidato
que ele viu no “santinho”, de santo não tem nem o nome, e que se enganara.