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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Quem é o eleitor brasileiro para falar mal de político?



Por Adilson Motta, 2014

Não generalizo o afirmativo aqui exposto, mas direciono-o alusivamente a um grande contingente onde a carapuça couber.  No entanto, neste país de vossas excelências, as mariposas políticas, sob as quais o povo vive de utopia, pela miséria controlada, donde o dinheiro público é investido ao bem patrimonial de políticos; e os jovens se perdem em redes sociais falando de coisas fúteis.   Usarei comparativos para gerar entendimento do teor do que pretendo afirmar, como instrumento de convencimento. 
Muitos eleitores, se fazendo de vítimas (não todos) comungam com aquilo que condenam, e que sabem que é ilegal e incoerente com os verdadeiros princípios da cidadania, espinha dorsal da  democracia.  E, o que se verifica é o fato de que, após cada eleição, renova as eleições, safados,  mentirosos e outros adjetivos que não se permitem publicar neste textículo, soam nos discursos formais e informais dos defensores do povo.
Dificilmente político tem o voto dos amigos (dizem), daqueles que de fato conhecem seus problemas reais. E isto se ilustra na seguinte comparação:
Mulher não namora amigo sob a seguinte alegação:
- “O que é isto, fulano, a gente é amigo há muito tempo, não vamos estragar nossa amizade!”
O que ela procura é um desconhecido que fale um monte de coisas agradáveis, que lhe faça inúmeros elogios, mesmo que o espelho os desminta, que lhe faça um monte de promessas, mesmo que ela saiba que jamais serão cumpridas.
Com o eleitor, acontece a mesma coisa. Nunca conte com o voto dos amigos (dizem); eles dificilmente votarão em você. Assim, o eleitor obriga o político a se vestir de Dom Juan e partir para novas conquistas, já que os que o conhecem raramente votarão nele, mesmo que aparente ser um diferencial de propósitos nobres.
 O eleitor, assim como as mulheres, busca aparência e possibilidade de ganho individual. Esquecendo a coletividade, mergulha em seus próprios benefícios pessoais.
Sendo assim, curioso questionamento cai à vista de todos: - “O povo corrompe os políticos, ou os políticos corrompe o povo?” Acho que ambas as partes se corrompem!   
Especialmente em período eleitoral, muitas prefeituras se tornam um cabide de empregos como pagamento de votos. Verifiquei na última eleição quão poucos foram os eleitores e cidadãos que perguntaram aos pretensos candidatos – acerca de seus planos e projetos para a cidade e seu bairro.  A maioria das perguntas era:  O que o senhor tem para mim dar? Tenho tantos votos em casa. Me ajude $$$ que eu te ajudo! Que vergonha, não só os políticos, mais o povo tem culpa. A maioria roubou nos sanguessugas, mensalão, etc porque sabia que nas eleições teria que oferecer vantagens financeiras pelo voto. Alguém pode dizer: Mas é a situação do povo, que é necessitado. Acima de tudo tem que estar os valores,  morais, dignidade, caráter. O que nem sempre acontece. 
Na visão de muitos, político precisa ter carrão, ostentar poder e de que não precisa do dinheiro público e, em períodos eleitorais, só neste período, se fantasiar de herói de quadrinhos e deixar de lado a personalidade humana. O eleitor sabe o que é possível e impossível nas inúmeras promessas feitas em palanques, panfletos ou programas de TV. Mas, assim como a sonhadora mulher, conquistada, contraria qualquer alegação que conteste o que o candidato prometeu, alegando ainda ser “intrigas da oposição”, para disfarçar o que é evidente.
A mãe:
 “Minha filha, este cara não presta.”
A filha: “Mas, é tão gentil comigo!”
Os telejornais:  “Esse candidato é corrupto, renunciou para não ser cassado.”
O eleitor: “É, pode até roubar, mas ele fez muitas obras!”
É incrível a cara de eleitor arrependido se fazendo de vítima. E ainda mais incrível o fato de que o eleitor não assista aos programas eleitorais, acessa a internet apenas para ver o Orkut ou outras futilidades, e não acessa a vida de certos candidatos para saber em quem de fato está votando, enfim, se aliena na mídia – onde poderia se encontrar, enquanto cidadão consciente e pensante.
Sabe por que a boca de urna insiste em se manter firme e forte, apesar das intensas campanhas de combate a ela e das proibições e penalidades impostas aos infratores?

É simples: Os candidatos sabem que a ignorância ou instabilidade de propósito  dos eleitores, tal como a necessidade imediata daquilo que não se faz nas política pública (pendente ou perdurante) - lhes permite na “boca da urna” conquistar o voto ou fazer mudar de opinião frente ao instável e flexível. Onde se fecha acordos de “curralanças” ou famílias inteiras.
O que vou contar não é novidade, mas um fato também  incrível é que a maioria dos eleitores sai para votar e não tem noção de quais são os candidatos que merecem seu voto, ou simplesmente votam em um por simpatia, por um favor prestado, pelo pedido do famoso “cabo eleitoral” que embolsa araras e conquista na lábia.
Talvez isto explique por que tantos “santinhos” são  jogados  nas ruas na madrugada que precede o dia das eleições.
Agora, o que não explica é eleitor se fazer de vítima depois das eleições querendo convencer de que não sabia que o candidato que ele viu no “santinho”, de santo não tem nem o nome, e que se enganara.