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domingo, 13 de outubro de 2013

Na Fronteira da História

Por Adilson Motta, 8/2011
Ao abordar esta temática, de caráter dissertativa, é necessário esclarecer dois conceitos opostos e intimamente relacionados que envolvem a própria história e a linha daqueles que a escrevem sob o véu da pesquisa ou ao testemunho vivo dos fatos que a determinam. Estou falando da História oficial & Não oficial e suas implicações.
A história oficial não significa a história real e verdadeira. Para ser mais claro, vamos transportar para o tempo da ditadura, em que os professores de história só ensinavam a história oficial que estava nos livros do governo militar, exatamente como eles queriam que fosse passado aos jovens e público.
Sabemos que a história é a memória dos povos e que, politicamente, a história não oficial (que retrata a verdade sem máscaras nem forjações) tem impacto politicamente positivo nas tendências da democracia e "expurgação" de políticos vigaristas; o que é uma contribuição à cidadania dos povos.  Historiadores comprometidos com a verdade consequentemente seriam pedras no caminho daqueles (políticos) que se pretendem com a mentira, corrupção e o crime. O que poria fim a seus caminhos e jornada política. Para certos tipos, a alienação (desinformação e ausência de consciência crítica) é uma arma política.
Ao explorador não interessa que os oprimidos conheçam a realidade do país, estado ou município – onde vivem e do qual são responsáveis pela produção de todas as riquezas, bem como por sua circulação.
A história não é feita por alguém que senta numa cadeira e aponta o dedo. E sim por luta de classes e grupos de pessoas que lutam por direitos e melhorias.             
Quem escreve história sabe, que na fronteira dos fatos narrados – muitos enredos ficam nas entrelinhas dos anais, ou às vezes nem mencionados, por implicações a conflitos, daqueles que o promovem. E, o segredo para quem vai escrever à história é ter a percepção de olhar com e por vários olhares o que produz ou reproduz naquilo que está posto nos fatos - optando pelas regras ou viés da objetividade e imparcialidade.
            A história oficial, escrita por alguém que está sob a sombra e influência financeira de quem a exige, é omissa e forjadora da verdade; é escrita sob encomenda. Desta forma, o historiador comprometido com a história não oficial também faz história – ao escrevê-la.  Sua verdade alimentará a consciência crítica que expurgará os "encostos" da mentira e do erro daqueles que se perpetuariam no governo dos povos pela ignorância, omissão  e manipulação dos fatos.
Seria essa, acaso, a razão de influentes políticos brasileiros como Sarney e Color de Melo relutarem ou oferecerem apoio político a Dilma no sentido de que não se abra os arquivos secreto da ditadura, cuja memória de nossa história o povo desconhece? Alguns são filhotes da ditadura, outros pertenciam ao partido do S.S. : Sim, Senhor!

Referência

Filme: A história oficial.  Luiz Puenzo, 1985.  História oficial da elite.
FREIRE, Alípio. Abrir arquivo e rever história oficial da elite.

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