Por Adilson Motta, 8/2011
Ao abordar esta temática, de caráter
dissertativa, é necessário esclarecer dois conceitos opostos e
intimamente relacionados que envolvem a própria história e a linha
daqueles que a escrevem sob o véu da pesquisa ou ao testemunho vivo dos
fatos que a determinam. Estou falando da História oficial & Não
oficial e suas implicações.
A história oficial não significa a
história real e verdadeira. Para ser mais claro, vamos transportar para o
tempo da ditadura, em que os professores de história só ensinavam a
história oficial que estava nos livros do governo militar, exatamente
como eles queriam que fosse passado aos jovens e público.
Sabemos
que a história é a memória dos povos e que, politicamente, a história
não oficial (que retrata a verdade sem máscaras nem forjações) tem
impacto politicamente positivo nas tendências da democracia e
"expurgação" de políticos vigaristas; o que é uma contribuição à
cidadania dos povos. Historiadores comprometidos com a verdade
consequentemente seriam pedras no caminho daqueles (políticos) que se
pretendem com a mentira, corrupção e o crime. O que poria fim a seus
caminhos e jornada política. Para certos tipos, a alienação
(desinformação e ausência de consciência crítica) é uma arma política.
Ao
explorador não interessa que os oprimidos conheçam a realidade do país,
estado ou município – onde vivem e do qual são responsáveis pela
produção de todas as riquezas, bem como por sua circulação.
A
história não é feita por alguém que senta numa cadeira e aponta o dedo. E
sim por luta de classes e grupos de pessoas que lutam por direitos e
melhorias.
Quem escreve história sabe, que na
fronteira dos fatos narrados – muitos enredos ficam nas entrelinhas dos
anais, ou às vezes nem mencionados, por implicações a conflitos,
daqueles que o promovem. E, o segredo para quem vai escrever à história é
ter a percepção de olhar com e por vários olhares o que produz ou
reproduz naquilo que está posto nos fatos - optando pelas regras ou viés
da objetividade e imparcialidade.
A história oficial,
escrita por alguém que está sob a sombra e influência financeira de
quem a exige, é omissa e forjadora da verdade; é escrita sob encomenda.
Desta forma, o historiador comprometido com a história não oficial
também faz história – ao escrevê-la. Sua verdade alimentará a
consciência crítica que expurgará os "encostos" da mentira e do erro
daqueles que se perpetuariam no governo dos povos pela ignorância,
omissão e manipulação dos fatos.
Seria essa, acaso, a razão de
influentes políticos brasileiros como Sarney e Color de Melo relutarem
ou oferecerem apoio político a Dilma no sentido de que não se abra os
arquivos secreto da ditadura, cuja memória de nossa história o povo
desconhece? Alguns são filhotes da ditadura, outros pertenciam ao
partido do S.S. : Sim, Senhor!
Referência
Filme: A história oficial. Luiz Puenzo, 1985. História oficial da elite.
FREIRE, Alípio. Abrir arquivo e rever história oficial da elite.
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