Por Adilson Motta, 2012
A parte populacional mais afastada e que
muitos bonjardinenses desconhecem é a região da Miril, Varig, Brejo
Social, Aeroporto, Antônio Conselheiro e outros assentamentos que
correspondem a um aglomerado de cerca de 60 povoados. O populacional da
região é estimado em 9.515 habitantes e um eleitorado de cerca de cerca
de 6.000 eleitores (2012). As rendas de despacho da produção econômicas
(agricultura, pecuária e exploração de madeiras) são escoadas para
Buriticupu e Açailândia, gerando renda aos mesmos, deixando o município
de Bom Jardim de arrecadar boa fonte de receita naquela região, sem que
haja aproveitamento na economia municipal. Esta é, no entanto, uma
região muito enxergada em período eleitoral, pois seu peso eleitoral já
definiu muitas vitórias políticas em Bom Jardim a políticos que só
enxergam em período eleitoral. A juventude daquela região sob a tutela
política administrativa de Bom Jardim, encontra-se entregue ao abandono –
quanto ao ensino médio, onde também são desamparados (pelo Estado).
Frente a situação, segundo Francinaldo da Silva, membro do Comitê
Pró-Emancipação da Vila Varig em o Jornal Agora Santa Inês (2011):
"Nós estamos cansados de tanto abandono e isolamento!"
Sendo
em sua maioria áreas de assentamentos, marcadas por histórias de lutas
do homem do campo na busca pelo direito a terra, já que estes direitos
não vêm nas diligências democráticas, é produto de conquistas sociais.
Das
áreas pertencentes a Bom Jardim que abrange a região da Miril, Varig,
Brejo Social e Aeroporto são as maiores produtoras de arroz e apresenta
grande criatório de gado; exportando muita madeira, além de produzir
pimenta (cujo fato deriva o nome de um povoado - povoado da Pimenta). O
povo daquela região sobrevive da agricultura, pecuária, carvoaria e
extração de madeira (esta última, atualmente encontra-se escasseando). E
grande parte de seu território é ocupado por plantio de eucaliptos de
empreendimentos empresariais de porte como o Grupo Viena, Pindaré, Ferro
Gusa e outros.
O grande problema enfrentado é a ausência de
estradas para a escoação da produção como: madeira, cereais, castanha,
gados para o abate, queijo, arroz, feijão, etc. Sabe-se que, as verbas
federais também vêm na proporção/população, ou seja, considerando o
coeficiente populacional.E o que se observa, é que o povo daquela região
apenas serve para engordar as contas do cofre público, ou melhor, sem
uma equivalente retribuição. O povo precisa mais do que uma simples
ponte, e um pedaço de estrada raspada e empiçarrada...
Por conta
da situação, em toda aquela região, segundo Frei Valadares (que lá muito
frequenta), está ocorrendo certo êxodo – ou seja, muitos proprietários
de terras estão vendendo suas propriedades e migrando para outras
regiões onde se oferece melhores condições.
O acesso até aquela
região não é por via direta (por dentro de Bom Jardim); atravessam-se 7
municípios para atingir os confins mais distantes da região. Como:
Pindaré-Mirim, Santa Inês, Tufilândia, Santa Luzia, Butiticupu, Bom
Jesus das Salvas e Açailândia. Devido a grande distância que separa o
município àquela região, perdura certa dificuldade administrativa para
os governantes, ficando assim, muito a desejar àquela população que
também é "povo bonjardinense", e que sonha por uma autonomia
administrativa através de emancipação política. O fato de ser um dos
povoados mais distante da sede administrativa, torna-se difícil a
administração de rendas, recursos e projetos, e se resolveria com a
instalação de uma subprefeitura para aquela região para trabalhar e
gerir o seu desenvolvimento. Tal projeto foi implantado na administração
Gralhada, mas, não foi em frente por razões político-partidária entre
aqueles que representavam o poder público municipal (Executivo e
Legislativo).
Nas adjacências da estrada Sunil (empiaçaral), que
liga Bom Jardim a Açailândia, existe uma grande plantação de eucaliptos
da empresa Viana, estimada em 15 km de extensão, para a produção e
destinada à fundição em siderurgias da Companhia Vale do Rio Doce.
Existe seis carvoeiras na região.
Há a existência de
bauxita da qual se extrai o alumínio na Serra do Tiracambu, que foi
detectada em pesquisas pela Companhia Vale do Rio Doce. A C.V.R.D ou
Vale está se instalando na região, na localidade do Rio da Onça, para
exploração do minério de bauxita. Para que isto aconteça, a CVRD tem que
obter a liçença ambiental e alvará dos municípios onde a Serra do
Tiracambu se localiza. Fato que acarretaria renda e desenvolvimento ao
estado e região através dos royalties.
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