Por Adilson Motta, 15/11/2011
Se as mudanças sociais de base no
país não acontecem em favor dos anseios da nação, ou pelo menos no
sentido de sanar os problemas crônicos existentes, não é porque não se
conheça a fórmula da mudança, ou o que se deve fazer, e sim porque o
topo da pirâmide social (Congresso e Senado) não permite que o faça,
seja por omissão ou cumplicidade na conjuntura ou pelo temor à mudança
que lhes toca em privilégios, regalias e "bonificações" exauridas no
processo de corrupção que a impunidade permite e alimenta. Muitas
mudanças sociais exigidas no bojo dos movimentos sociais não acontecem
porque estes, ao confiarem em forças políticas destes erigidas, se
ajustam aos moldes daquilo que era objeto de protesto, virando às costas
em seguida às suas ideologias originárias sob a alcunha de
flexibilidade e ajustamento; seja pelo envolvimento destes com o
problema, ou atrelamento via lobismo político, que resulta em atitudes
entreguistas ou "descaso" intencional em proveito próprio em nome do
poder confiado da elite subjacente e corporações de poder que por traz
das fachadas mantém seus lobby de articulação e representação e da
suposta "governabilidade" que os faz demandar. As políticas milionárias
dos vários estados e dos milhares de municípios que acoplam cabos
eleitorais, os quais levam aos seus representados apenas "lábias", não
saem simplesmente do dinheiro do contribuinte através do Fundo
Partidário, sairá também dos cofres públicos pelo sistema sujo de
corrupção que grassa no país e tem a graça dos governos, porque se
tornou a mola mestra de fazer política e garantir bases corrompidas na
figura dos majorais políticos que se definem no cenário.
Alguém
pode ter os cálculos certos de uma campanha em cidades de até 40 mil
habitantes, certamente orçada em seu um milhão de reais para promover
uma campanha eleitoral que será gasto desde o eleitor que aflora seus
problemas pessoais e sociais não resolvidos em políticas públicas de
anos precedentes, o que tornará o ensejo certo para capitalistas que
"compram" o poder e fazem o mínimo pela cidade e o máximo pelo abandono
- a título da evasão do dinheiro do povo. Compare determinado
orçamento de uma campanha ao salário médio de um prefeito no Brasil, que
está em torno de R$ 16.920,00,com deduções de imposto de renda e tudo,
que você chegará a conclusão que não será nem equivalente aos 70% de
determinado valor. Outra conclusão a partir daí surge: A certeza que se
tem é que determinadas somassairão dos cofres públicos através da
CORRUPÇÃO. Em outras palavras, é o povo quem paga os altos gastos de
campanhas refletidos nas ruas abandonadas, do arrocho salarial, do
direito negado, do meio ambiente ferido e da saúde e educação de
qualidade negados.
Não esperem que o topo da pirâmide promova as
mudanças radicais necessárias para mudar a cara do país. Mas que a base
da pirâmide, através dos movimentos sociais, faça pressão e utilize
mecanismos democráticos para fazer acontecer. Como exemplo vale lembrar
a lei do ficha limpa, uma conquista dos movimentos sociais que, apesar
de seu rigor, mas sob o escrutínio ou arbítrio daqueles que representam a
"justa lei", na sombra de forças políticas, permitiram vários corruptos
assumirem seus cargos eletivos em vários estados, ostentando a
influência desta sobre o sistema jurídico que perdura no país, e que
protege uma parcela da bancadas podres no congresso. Outro caso também
que vale citar é sobre a lei que tornaria crime hediondo o desvio de
dinheiro público e mandaria milhares de corruptos para traz das grades
sem direito a habeas corpus ou "liminares" extraídas das brechas da lei
foi engavetada faz mais de dois anos. Mais uma vez os movimentos sociais
devem ir às ruas, mobilizar protestos e assinaturas, já que aqueles
cuja nação elegeu não vota determinada lei nem oficializa um referendo
para a votação do devido problema para moralizar o país.
Frente a
muralha que representa o congresso nacional quanto a aprovações de leis
que venha moralizar o país ou reforme a constituição federal gerando
essas garantias e mudanças sociais em prol da nação e não da elite, se o
governo não as promove seja por restrição ou temor de comprometer a
governabilidade, pois que aprenda com o índio Evo Morales da Bolívia.
Os
caminhos encontrados por Evo Morales para fazer reformas de base em seu
país como a reforma agrária e a nacionalização de setores chaves da
economia, contrapondo-se à influência dos Estados Unidos e das grandes
corporações nas questões políticas interna pautaram-se via reformas
constitucionais, e, permitiu também, que o soberano (Nação) se
expressasse. Isto sim, é democracia, muito diferente do que fazem muitos
políticos brasileiros, onde governam criando um "isolamento social", ou
como se o povo não existisse. Quando o povo decide, não há a quem
culpar, e evita-se dissabores e o deixar "feridas abertas" no tempo,
como foi o caso da espúria privatização ou "privataria" promovida no
país, onde 70% da opinião pública era contra. O unilateralismo
pernicioso fundamentado no congresso desqualifica a democracia popular
no Brasil – ficando apenas as consequências dos atos em reclames,
protestos e futuros indicadores sociais no país, que já são realidade no
indicadores de concentração de renda.
As muralhas do Congresso:
* consomem o país na corrupção;
* Transforma muitas CPIs em pizzas;
* Fez vistas vista grossa às privatarias -ou privatizações;
*
E... entregou Serra Pelada ou o "Fort Knox Brasileiro" a uma Colossus -
supostamente canadense, como se o sabor colonial fosse a fonte legítima
de "entreguísmo" justificado.
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