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domingo, 13 de outubro de 2013

Humano - Menos Que Minério

Adilson Motta, 02/2012

Dois dias seguidos indo à rodoviária e, três horas numa fila que fazia tranças e dobras para comprar uma passagem no "farofeiro", o dragão de ferro, como diz o maioral da cidade, que já fora do povo.
Aquele momento não era único nem singular, era cópia de dezenas e centenas de outros que já se repetira no outrem...
Alguns perdem até um dia de trabalho para comprar a passagem para viajar no celebridade que permite a economia de alguns tostões assim como a segurança dos sôfregos corações que partem pra retorno, matar saudade ou se tratar...
Comenta-se que fora votada uma lei, em que o cidadão não pode ultrapassar meia hora em fila de bancos, mas infelizmente no papel é maravilhoso...  Por que não estender essa pseuda fantasia a essas dimensões onde me encontrava quando escrevi este fragmento do real?
Lamentos e reclames rolavam em suspiros de inquietações daqueles a quem nem um banquinho se quer se oferecia.
 Retornando ao tema central deste pequeno texto com ares de crônica, numa provável premissa afirmo que, a excelência da empresa sintonizou seus mecanismos de ação a atuação não no humano e no ambiental, como prega a ampla propaganda do "um bilhão de árvores pelo mundo todo" – assim afirmam as testemunhas das pequenas comunidades de impacto como Vilinha e Vila Sanção, onde são plantadas árvores simbólicas na adjacência das escolas. Isso tudo no propósito de garantir uma espécie de "calmaria" frente à ganância desenfreada de seus novos donos e a gravidade dos problemas futuros, no impacto do grande dia quando o precioso metal acabar.
A empresa, visando alargar os horizontes de perspectivas e lucro a seus novos donos – amplia consideravelmente seu parque de exploração com eficiência total das vinte quatro horas de labor em Carajás.  No entanto, o lado humano que corre nos trilhos do "farofeiro" e do "geladinho", ou executivo não é contemplado como prioridade tal qual a do minério.
A gloriosa empresa que já fora do povo brasileiro expropriada num crime de lesa-pátria no processo de "privataria",  em 2011 apresentou o maior lucro da América Latina.  Com um lucro líquido de R$ 37,8 bilhões e receita operacional de R$ 105,5 bilhões. Superando até mesmo o lucro da renomada Petrobras.
No entanto, não precisou mover guerra para "tomar" essa riqueza do povo, e sim de algumas manobras de articuladores entreguistas que traíram a consciência nacional e que governaram como se o povo não existisse.

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